Um dos músicos mais influentes de todos os tempos, Frank Zappa tocou dos anos 60 até os anos 90 e teve a oportunidade de ver muitas bandas famosas entrarem em cena. Um desses grupos foi o AC/DC que se tornou uma das maiores bandas de Hard Rock da história vendendo mais de 200 milhões de discos mundialmente.

Em entrevistas ao longo dos anos seu filho Dweezil Zappa, que assim como seu pai se tornou guitarrista e cantor revelou qual era a opinião de seu pai sobre o grupo australiano.

Veja também:

• A noite em que Frank Zappa satirizou Nico

Frank Zappa, que foi introduzido no Hall da Fama do Rock and Roll em 1995, morreu dois anos antes, aos 52 anos, vítima de câncer de próstata.

Qual foi a opinião de Frank Zappa sobre o AC/DC

Em uma entrevista à revista Classic Rock em sua edição especial do AC/DC em 2017, o filho de Zappa, Dweezil Zappa, revelou que seu pai amava o AC/DC e realmente tentou contratá-los quando foi para a Austrália no início dos anos 70. No entanto, eles acabaram assinando com a Atlantic Records.

“Ele os queria para sua própria gravadora porque achava que eram ótimos. Acho que ele viu o que todo mundo viu. Eles sabiam tocar, tinham muita energia e eram autênticos”.

“Era baseado no blues e tinha uma atitude. A coisa sobre o AC/DC é que eles construíram uma carreira enorme tocando um estilo que mudou muito, muito pouco. É isso que as pessoas amam, essa consistência. Eles são sólidos e têm um ótimo som. Ele (Frank Zappa) adorava ritmo e blues. O AC/DC é essencialmente uma banda de ritmo e blues eletrificada e muito pesada.”

Frank Zappa gostava deles porque achava que eram uma versão alta do Blues

Em uma conversa com o podcast Beyond The Thunder em 2021 (Transcrito pela Rock and Roll Garage), Dweezil disse mais uma vez que seu pai gosta do grupo Hard Rock:

“AC/DC não é nada além de energia. Angus e Malcolm têm essa coisa que é única. Quando eu estava tocando (guitarra) pela primeira vez, comecei a gostar de outras músicas além da música do meu pai. Eu estava conversando com ele sobre o AC/DC e ele estava dizendo que realmente conhecia aqueles caras. Ele realmente tinha um de seus discos.”

“Então ele tocou para mim. Acho que tinha uma fita cassete de ‘Back In Black’ ou ‘Highway To Hell’. Ele estava falando sobre quando ele foi pela primeira vez para a Austrália. Ele viu essa grande banda e queria muito contratá-los em sua gravadora. Eles acabaram assinando com a Atlantic, mas era o AC/DC. Ele apenas achou que eles eram ótimos porque eles sempre tiveram essa vantagem do Rock. Mas era realmente apenas uma versão de alto volume do Blues.”

“Angus era um guitarrista que tinha muita habilidade técnica, mas não a usava o tempo todo. Ele tocava muito mais coisas de bolso e guitarras melódicas clássicas. Mas quando ele usa, é bastante impressionante seu senso de ritmo e seu fraseado. É o que realmente o diferencia. Provavelmente, a coisa mais importante sobre sua forma de tocar é seu vibrato. É tão rápido, mas não é largo. Ele o dobra até o arremesso e depois o sacode ali”.

O guitarrista Malcolm Young e Angus tocaram em uma música que Dweezil Zappa fez em homenagem ao seu pai.

Em 1993, o falecido guitarrista do AC/DC Malcolm Young tocou na peça “What The Hell I Was Thinking”, que é uma música contínua com 65 minutos de duração que ainda não foi concluída. Outros músicos famosos como Eddie Van Halen, Brian May, Eric Johnson, Steve Morse, Joe Walsh e Yngwie Malmsteen também tocaram na faixa. Dweezil disse à revista Classic Rock que foi para uma música que ele escreveu e é algo único porque, até onde ele sabe, Malcolm e Angus nunca tocaram em nada além de material do AC/DC.

Ele também disse que Angus tocou seis ou sete takes diferentes para seu solo e cada um deles foi muito bem elaborado.