IA recria “Another Brick in the Wall Part 1” a partir de gravações de atividades do cérebro
Em um esforço pioneiro, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, utilizaram inteligência artificial para recriar “Another Brick in the Wall Part 1” do Pink Floyd a partir de gravações de atividades cerebrais. Este estudo inovador marca a primeira instância de reconstrução de uma música a partir de ondas cerebrais. Os pesquisadores buscaram entender como os padrões no cérebro das pessoas se relacionam com elementos musicais como tom e harmonia.
A equipe descobriu que o giro temporal superior no complexo auditivo do cérebro está conectado ao ritmo, tornando-o crucial para a percepção e compreensão da música. Para reunir os dados necessários, os pesquisadores examinaram a atividade cerebral de 29 pacientes com epilepsia no Albany Medical Center, no estado de Nova York. Esses pacientes tiveram eletrodos implantados para o tratamento, permitindo que os neurocientistas capturassem as respostas cerebrais enquanto ouviam música. Dos 2.668 eletrodos que registram a atividade cerebral, 347 estavam diretamente ligados à percepção musical.
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Usando um modelo de decodificação baseado em regressão, os pesquisadores analisaram os dados usando algoritmos de aprendizado de máquina para determinar as correlações entre a música tocada e a atividade cerebral. Eles então reverteram esse processo para identificar “Another Brick in the Wall” a partir de respostas cerebrais, resultando em uma versão reconhecível, mas ligeiramente distorcida, da faixa.
O professor Robert Knight, que comanda os estudos, explicou:
“Soa um pouco como se estivessem falando embaixo d’água, mas é nossa primeira tentativa. Agora que sabemos como fazer isso, acho que se tivermos eletrodos a cerca de um milímetro e meio de distância um do outro, a qualidade de som seria muito melhor.”
As implicações desta pesquisa são vastas. Aprofunda nossa compreensão de como o cérebro responde à música e levanta a possibilidade de próteses que melhoram a percepção de ritmo e melodia na fala. Esse avanço é particularmente significativo para indivíduos com danos neurológicos graves, como a esclerose lateral amiotrófica. Também poderia ter aplicações para facilitar uma comunicação mais natural por meio de interfaces cérebro-computador para pessoas afetadas por derrames, paralisia ou outros desafios verbais.
Esta pesquisa se alinha com outros empreendimentos que aproveitam o poder da inteligência artificial no estudo do cérebro. O Cortical Labs de Melbourne, por exemplo, está explorando a integração da IA com células cerebrais. À medida que essas tecnologias continuam avançando, os cientistas antecipam novos caminhos exploratórios no campo da pesquisa em neurociência cognitiva, oferecendo perspectivas empolgantes para o futuro.
Via Chelsea Johnson para o Fagen Wasanni Technologies