Confraria Floydstock

Música é assunto para a vida toda

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A Confraria Floydstock entrevista Régis Tadeu

Régis Tadeu
Régis Tadeu

Elé é um dos mais ácidos críticos musicais na atualidade e pega pesado quando o assunto é má qualidade musical ao seu ver ou ouvir.

Além de crítico, Régis Tadeu é jurado do programa Raul Gil no SBT, baterista e produtor musical.

Com a venda do site Yahoo, onde possuía uma coluna, migrou para o Youtube, onde estreou um canal com seus vídeos.

Ele topou bater um papo com a Confraria Floydstock, e, como sempre não lhe faltou papas na língua ( ou nos dedos).

Leiam abaixo a entrevista:

Primeiramente congratulações pelo início desta sua nova empreitada via Youtube e sobre isso, já existe uma data para o lançamento do próximo vídeo e alguma prévia do conteúdo sobre o qual você irá discorrer?

Obrigado. Nossa intenção é colocar no ar vídeos com uma periodicidade semanal. Com relação aos próximos conteúdos, posso adiantar que muitos fãs retardados de ‘cantoras’ brasileiras de ‘sucesso’ vão ficar putos da vida com algumas de minhas revelações e opiniões…

No Yahoo a sua coluna “É Show ou Fria” era uma referência inteligente e sarcástico-irônica para quem quisesse se basear antes de escolher boas programações culturais, especialmente no tocante à música. Devido às suas críticas cítricas você já foi interpelado por algum artista que você tenha desencorajado o público a ir assistí-lo? Alguma história curiosa a ser lembrada aqui, ainda que não queira citar nomes?

Que eu lembre, apenas o Fernando Pires – irmão do Alexandre Pires e ‘baterista’ do Só Pra Contrariar – tentou bater-boca comigo no Twitter depois que não recomendei os shows da volta dos caras. Como sempre respondi com mais sarcasmo ainda, ele acabou ficando intimidado e coisa morreu por ali…

Como músico, produtor, jurado e crítico musical, qual o seu conceito do que é propriamente uma música boa e outra ruim, independente do estilo?

Para mim, a música precisa agradar ao meu ouvido, meu cérebro e, talvez, o meu corpo. Nesta ordem. Não me incomodo se os músicos têm técnica ou não, mas a canção tem que me agradar. E sem desafinações na voz. Já cansei de explicar que “desafinação” é uma coisa, “ter “voz ruim” é outra. Bob Dylan e Chico Buarque, por exemplo, não são cantores desafinados…

Ao seu ver (ou ouvir), qual o maior destaque da música brasileira hoje? Por que?

Não existe um destaque que possa ser colocado à frente das centenas de bons nomes que existem na música brasileira nos dias de hoje, em todos os gêneros. Não serei injusto de citar alguém e esquecer outro. O problema é que nada disso chega ao “mainstream”, já que o público-alvo hoje são pelos menos duas gerações de retardados para quem a música é apenas um ‘acessório’ para uma “babação de ovos” desmedida.  

Recentemente você postou um vídeo em que você falava visivelmente muito emocionado logo após o show do The Who em São Paulo. Fale um pouco mais sobre aquele momento ímpar e sobre o quão importante é o The Who para você e sua geração. Você acha que eles deveriam ter fechado a noite no Rock in Rio?

Foi realmente um dos shows mais emocionantes que presenciei até hoje, já que Roger Daltrey e Pete Townshend, com o apoio de músicos contratados de alto calibre, ainda conseguem transmitir todas as emoções que sentimos no início dos anos 70, quando tomamos contato com os álbuns do grupo de maneira mais intensa. É claro que eles deveriam ter sido “headliners” no Rock in Rio, mas não jamais poderiam ter sido escalados com o Guns n’ Roses. Não dá para comparar a popularidade dos veteranos com aquela do Axl Rose e companhia. 

Você é otimista quanto ao futuro do rock and roll? Acha que ele voltará ser midiático um dia, como nos tempos em que ligávamos o rádio e ouvíamos “Stairway to Heaven”, “Money” e Ces’t La Vie”?

Tentam matar o rock and roll desde que o Elvis Presley surgiu pela primeira vez rebolando nas TVs americanas. O gênero jamais irá morrer, mas também jamais voltará a ser “mainstream” enquanto as novas gerações continuarem a formar platéias em que o mais importante é tirar fotos de si mesmas para mostrar que estavam no show e que, por isso, são ‘descoladas’.  

Você já frisou que o problema do empobrecimento do gosto musical é mais amplo, passando diretamente pela questão da cultura geral propriamente dita. Como sanar isso a curto, médio ou longo prazo?

Só existe uma única solução e a longuíssimo prazo, que é a de proporcionar aos jovens acesso irrestrito à educação e cultura em geral. Enquanto tivermos gerações de bucéfalos incapazes de interpretar o que lêem – e quando lêem! -, a música e todas as artes em geral serão sucateadas pela total falta de atenção e conhecimento.

Certa vez o Jô Soares na abertura de seu programa apresentou o Jethro Tull como o grupo que fazia o som mais completo na opinião dele. Na sua opinião, existe um som tão completo dentre os que você já ouviu?

Esse papo de “som completo” é uma bobagem. O que ele quis dizer foi que a banda do Ian Anderson transitava por inúmeros gêneros e estilos – rock, folk, country e até jazz – que tal característica a tornava “completa”. Um exagero até perdoável pelo entusiasmo do Jô.   

Quem lhe acompanha consegue ver que você não execra o “pop” e sim o “mau pop” feito hoje em demasia. Dentro do pop mundial, quem você exalta a qualidade?

São muitos nomes para citar aqui, mas viveríamos em um mundo melhor caso as pessoas ouvissem trabalhos como o do Prince, por exemplo…

Para finalizar, rápidos e Na Lata “É Show ou Fria” sobre três vindouros shows que chegarão ao Brasil: Megadeth, Accept e Green Day.

Os três são “shows” pelos mesmos motivos: qualidade do repertório, presença de palco, excelência na execução das canções em cima do palco e “tsunamis” de energia. Recomendo os três.

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