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A Confraria Floydstock entrevista Aline Happ, a vocalista, compositora e fundadora do Lyria

Aline Happ e banda Lyria
Banda Lyria

O Lyria é considerado uma das maiores bandas de Metal Sinfônico do Brasil. Na estrada desde 2012, a banda conta com uma base de fãs em crescimento ao redor do mundo, principalmente no Brasil, Estados Unidos e Europa.

Suas letras trazem mensagens de superação e abordam temas diversos. Seguindo esta linha, a banda lançou dois álbuns por meio de campanhas de financiamento coletivo, “Catharsis” (2014) e “Immersion” (2018) – ambos eleitos melhores álbuns pela crítica especializada nacional e internacional.

Abordando a questão do Setembro Amarelo, A Confraria Floydstock entrevista a vocalista, compositora e fundadora do Lyria, Aline Happ.

1 – A dor e angústia humana aparecem como temas de letras desde o primeiro álbum da banda, “Catharsis” (2014) e ganharam mais força no último álbum “Immersion” (2018). Como você vê a questão da dor e angústia humana nos dias de hoje?

A: É verdade, essa ideia está presente em ambos os álbuns. Acho que a dor e a angústia sempre existiram, mas talvez elas sejam acentuadas por conta do nosso estilo de vida atual em que tudo acontece muito rápido, com muitas informações (algumas muito negativas). Além disso, muitas vezes não conseguimos aproveitar as partes boas, ou ainda, nos perdemos na ilusão de achar que devemos estar satisfeitos o tempo todo. Tudo isso faz aflorar, ainda mais, uma autocobrança e provoca ainda mais casos de depressão e ansiedade.
2 – Além da depressão em si, o Lyria aborda a questão de outros transtornos mentais e o autismo. Fale mais sobre tais problemas.

A: Infelizmente, ainda existe bastante preconceito e ignorância para lidar com essas questões. Acredito que a música também pode desempenhar um papel importante para ajudar nesse sentido. Já abordamos questões relacionadas a ansiedade, depressão, isolamento, transtorno obsessivo, narcisismo, superego transmitido ao próximo, entre outros. Pessoas diferentes também podem interpretar e assimilar diferentes questões em uma mesma música. Tentamos tratar todas essas questões nas letras de uma maneira que muitos possam se identificar. Além disso, procuramos mostrar que podemos aprender com nossas dificuldades e erros e que podemos mudar a perspectiva de como encaramos nossos problemas. Dessa forma, é possível correr atrás do que queremos e superar as adversidades. O importante é que cada conquista seja comemorada.

3 – Estes são temas que o Lyria pretende daqui em diante adotar como bandeira e causa recorrentes ao longo da carreira?

A: Na verdade, nós sempre vamos falar sobre temas que nos marcaram de alguma forma e tentar mostrar uma nova perspectiva às pessoas. Nossa música sempre vai tentar provocar algum tipo de sentimento nesse sentido.

4 – Setembro é o mês de prevenção e combate à depressão. Como a música e, em especial, o Metal consegue contribuir para a luta contra esse grande mal?

A: Acredito no poder da música em ajudar as pessoas a superar seus problemas e cicatrizar suas feridas. O metal, por sua sonoridade mais densa e pesada, consegue estabelecer uma conexão única que ajuda a acalmar e extravasar certos sentimentos, principalmente quando acompanhado de boas letras.

5 – Há algo de autobiográfico nas letras do Lyria? Pode nos contar?

A: Sim, eu gosto de escrever sobre algo que vi ou presenciei de alguma forma e tento mostrar que, mesmo nas adversidades, podemos dar a volta por cima. Quando escrevo, a música se torna um desabafo, e ela também me ajuda a superar problemas.

6 – Se você tiver que eleger uma canção da trajetória do Lyria que possa servir como uma espécie de “hino” do grupo para esta campanha de prevenção e combate contra a depressão, qual seria?

A: Acho que seria “Hard to Believe”, pois aborda justamente as questões sobre ansiedade e depressão, principalmente por meio da voz sem rosto que se alimenta das nossas fraquezas. A música traz vários elementos relacionados a este tema e uma mensagem de que é possível superar esse mal e que essa voz sem rosto um dia sumirá.

7 – Além do “hino”, quais outras músicas você aconselharia para esta causa?

A: Todas (risos), pois de alguma forma há relação com superação. E eu poderia ficar falando por horas (risos). Bom, se tivesse que escolher três, acho que seriam “Get What You Want”, “Last Forever ” e “Let Me Be Me“. “Get What You Want“, pois traz uma filosofia de vida relacionada a lutar pelos seus objetivos, viver um dia de cada vez e ir em busca dos seus sonhos. “Last Forever“, que aborda como enfrentar a culpa e o sofrimento relacionados a algo no passado que não te deixa seguir em frente. “Let Me Be Me“, pois defende uma auto-libertação, uma busca interna para encontrar o seu próprio eu e mostra que, muitas vezes, o problema está nos outros e não em nós.

8- Falando agora um pouco do futuro do Lyria. Há um álbum novo já em vista?

A: Ainda não, precisamos divulgar mais o “Immersion” e a Immersion Tour, que ainda deve passar por mais cidades. Mas sempre que estamos juntos ensaiando acaba surgindo algo novo também. Estamos guardando para um futuro próximo.

9 – Vocês têm feito muitos shows no Rio de Janeiro, cidade natal da banda e pelo Brasil, além de já serem elogiados em veículos especializados do exterior. Já podemos vislumbrar uma turnê internacional?

A: Sim, acredito que ocorrerá em breve. Nossos fãs no exterior estão sempre perguntando quando será essa turnê. Mas isso tudo tem que ser muito bem planejado para que tudo ocorra da melhor forma possível.

10 – Para finalizar, qual a mensagem você gostaria de deixar aqui para todos aqueles que sofrem com a depressão e transtornos afins e também para os fãs?

A: Não é fácil, mas nunca desista! Viva um dia de cada vez, cada dia é uma nova batalha e uma nova chance. Toda conquista importa, comemore cada uma delas. Se você acredita que sofre de depressão ou algum outro transtorno, procure ajuda. É ótimo conversar com amigos, mas também é importante buscar ajuda especializada. Existem muitas instituições que podem auxiliar também, como os Neuróticos Anônimos (temos até um fã que trabalha lá).  Lembre-se também que por mais alta que seja a voz sem rosto, ela pode ir embora. Faça sua voz ser mais alta!

Um grande abraço à toda nossa Lyria Army e nos vemos na estrada!

A Confraria Floydstock entrevista Aline Happ, a vocalista, compositora e fundadora do Lyria

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