Após o espetacular álbum conceitual “Tarkus” que elevou o trio bretão Emerson, Lake & Palmer a um patamar maior dentro da cena do rock setentista, o Segundo Pilar da “Santíssima Trindade” do grupo chegaria em 6 de julho de 1972 para se tornar um dos mais aclamados por um enorme número de fãs deste, sendo para muitos o melhor disco deles.
LEIA TAMBÉM:
Apesar de majestoso, o álbum antecessor foi gerado em meio a enorme clima de tensão entre Keith Emerson e Greg Lake. Tensão esta que serenara em “Trilogy”, onde ambos conseguiram coadunar harmonicamente, tendo aqui Lake um maior espaço na composição, execução e produção.
Se Tarkus foi um disco agressivo e denso, tematizando sobre uma máquina de guerra que era abatida por seres mitológicos, “Trilogy” soou galante e tenro, trazendo canções sobre um relacionamento amoroso em ordem cronológica, com músicas instrumentais intermitentes.
Sua capa a princípio traria a pintura “The Endless Enigma” do maior nome do Surrealismo, Salvador Dali, porém este meteu a faca, cobrando equivalente a 50 mil Euros pelos direitos da imagem, o que fizera com que a gravadora declinasse.
Nesse trabalho o ELP adentrava definitiva e impávidamente no terreno do jazz e erudito, com diversas sequências jorrando tais influências, que claro, eram denotadas através principalmente dos dedos de Keith Emerson e da pegada jazzística nas baquetas de Carl Palmer.
Não seria nada descabido dizer que este é o álbum onde temos o melhor momento de Greg Lake como cantor dentro de sua carreira no ELP, pois seu canto é bem postado, maviosa ou ásperamente durante todas as canções vocalizadas, aternando tais nuances em The Endless Enigma (Part One e Two), “Trilogy” e “Living Sin”, e macio em “From The Beginning” (uma das canções mais lindas do ELP e de toda a década de 70).
O jazz e o erudito supracitados comem solto com mais força nas faixas instrumentais: “Fugue”, “Hoedown (Taken From Rodeo)”, esta uma referência à peça de Aaron Copland, e finalmente no Bolero de Ravel” do ELP, isso mesmo, a influência e inspiração na obra do francês famoso, Maurice, é notória e indiscutível.
Em suma, “Trilogy” é um álbum de sonoridade elegante, daqueles trabalhos onde você procura erros e não acha. Um dos mais icõnicos discos do rock progressivo e do classic rock.
OUÇA AQUI
Tracklist:
- 1. The Endless Enigma (Part One)
- 2. Fugue
- 3. The Endless Enigma (Part Two)
- 4. From The Beginning
- 5. The Sheriff
- 6. Hoedown (Taken From Rodeo)
- 7. Trilogy
- 8. Living Sin
- 9. Abaddon’s Bolero
A Banda:
- Keith Emerson: Hammond organ C3, Steinway piano, Zoukra, Moog synthesizer IIIC e Mini Moog Model D)
- Greg Lake: voz, baixo, violões e guitarras
- Carl Palmer: bateria e percussão.