Confraria Floydstock

Música é assunto para a vida toda

PUBLICIDADE

"Sad Wings of Destiny" cravou o Judas Priest no heavy metal

Compartilhe

PUBLICIDADE

Após um debut tímido com o álbum “Rocka Rolla“, de 1974, mais enbluesado e com uma atmosfera maior do vocalista Al Atkins, que embora não o tenha gravado, deixou suas marcas em várias das composições do disco de estreia do Judas Priest, se fazia mister que no álbum seguinte as arestas fossem aparadas, o som enxugado e a voz do Metal God, Rob Halford aparecesse. E apareceu, digna de um “Bravo, Bravíssimo”.

Sad Wings Of Destiny‘ é o segundo álbum da carreira do Judas Priest, mas o primeiro do JUDAS, sim, do velho, bom e único Judas que conhecemos, pois introduz a sonoridade que lhe é peculiar, com a voz supersônica de Rob Halford e as famosas, estridentes e brilhantes guitarras gêmeas dos espetaculares Glenn Tipton e K.K. Downing. Como o próprio Rob Halford os definira: “pegamos o som dos nossos ídolos do Black Sabbath e o aceleramos um pouco“.

A canção inicial, “Victim Of Changes“, é o próprio resumo de todo o som do Judas Priest intrínseco. Ela reúne os riffs de Tipton e Downing, brados enfeitiçantes do frontman Halford, clima sombrio e enebriante, erupção sonora catártica, com grito seguido de solo de guitarra vigoroso, um orgasmo musical.

O serial Killer, Jack, o Estripador, ganha vida na segunda faixa, “The Ripper“. Um heavy metal seco e direto, mas com bela linha e refrãees melódicos.

Agora, apaguem as luzes, se sirvam uma dose de whisky, uma lata de cerveja ou o que preferirem, aumentem bem o volume, encostem no sofá e contemplem “Dreamer Deceiver“, em termos de beleza, talvez uma das mais belas da carreira do Judas, rivalizando talvez com “Epitaph“, uma Ode à morte com lindo piano e canto, deste mesmo álbum e “Before The Dawn“, do álbum “Killing Machine“, de 1978.

Para despertar, voltemos ao rock and roll de “Deceiver“, com uma levada rítmica que pelo riff nos remete ao andamento de “Symptom Of The Universe“, canção da banda co-irmã e conterrânea, Black Sabbath.

O lado B do vinil começa com “Prelude“, uma composição de Glenn Tipton, mas basicamente tocada ao piano, nos climatizando para a próxima “Tyrant“, novamente uma pauleira seca e direta, heavy metal clássico, no formato riff, gritos refrão pegajoso e solos.

Genocide” é a segunda grande canção do álbum, porém ela é mais agressiva no tempo geral do que a faixa inicial “Victim Of Changes“, tratando da matança da Segunda Grande Guerra. Aqui ouvimos as guitarras gêmeas esbanjando vigor e Halford cantando esplendidamente, sempre em tom alto.

Depois da já comentada e elogiada, a supracitada “Epitaph“, o trabalho se fecha nos brindando com a sensacional “Island of Domination“, canção cadenciadamente pesada, onde novamente sentimos um tom sábatico pairando no ar.

Para se ter uma ideia da excelência de “Sad Wings Of Destiny“, basta constatar que praticamente a metade dele (4 faixas) fora tocado ao vivo três anos depois, no registro “Unleashed In The East“, constituindo também praticamente a metade deste, mesmo o grupo já tendo lançado quatro álbuns.
Um álbum que certamente costa na galeria sagrada do rock and roll, por sua excelência maior: a música.

OUÇAM AQUI

Tracklist:

1. Victim of Changes
2. The Ripper
3. Dream Deceiver
4. Deceiver
5. Prelude
6. Tyrant
7. Genocide
8. Epitaph
9. Island of Domination

PUBLICIDADE

Assuntos
Compartilhe

Veja também...

PUBLICIDADE