É impossível falar de Rolling Stones e não falar de Beatles, ou não falar do diabo.
Sim, Stones versus Beatles sempre foi discussão clichê, como entre torcedores de times rivais, tentando se convencer de qual é “a melhor”. Em vão.
Na verdade, as duas bandas sempre foram muito unidas, tendo um dos primeiros clássicos dos Stones a emplacar nas paradas de sucesso, o hit “I Wanna Be Your Man”, assinado por ninguém menos que Lennon & McCartney – que foram quem realmente “abriram a porta” para que as bandas saíssem da cozinha e juntos se tornassem uma estrela só.

Rolling Stones foi fundada e assim denominada por Brian Jones, multi-instrumentista, alucinado por blues, filho de músicos professores de música clássica. Ele era o mais velho, poucos conhecem a sua importância definitiva, uma vez que era mais experiente e responsável pelo estilo que se tornou a marca registrada da banda: o blues, rhythm and blues, com riffs de slide aguçados, atravessados, a experimentação de diversos instrumentos, a transgressão das regras e ritmos. Ele ensinou Keith e Mick – que já eram amigos de infância que já curtiam o blues americano – o feijão com arroz, deu o fio da meada daquilo que pretendia com sua banda, e com certeza Keith bebeu muito desse aprendizado e seguiu a partir de Brian o seu estilo próprio. Com a entrada de Charlie Watts, que já era famoso músico de jazz em Londres, pronto, a magia começou, e dura até hoje.

Se Beatles eram o “Lado A”, rótulo que os Stones jamais quiseram pra si, desde o primeiro álbum deixam bem claro a sua postura rebelde transgressora e revolucionária, de não se moldar a conformismos, ou fazer as coisas “do jeito que tinha de ser”. Eles chutaram a porta, e é por esse viés “Lado B” que, na minha visão, foi possível toda uma evolução do rock.
Com Brian havia Satã, sexo, drogas e rock´n roll, uma fórmula que deu certo, pelo menos até 1967, pois o líder acabou por perder a batalha contra as drogas para ele mesmo.
Brian Jones foi um dos primeiros a integrar o enigmático “Clube dos 27 anos”, talvez por todos os problemas pessoais que enfrentou, a própria sina, alguns dizem que o ocultismo e satanismo tomaram mesmo conta de sua mente, mas ele cumpriu sua missão e seu legado é simplesmente uma das bandas mais incríveis de todos os tempos.

Salve Rolling Stones!
Por Malu Corrêa
Tracklist do álbum de estreia, autointitulado, que chegou em 16 de abril de 1964:
1. “Route 66” (Bobby Troup)
2. “I Just Want to Make Love to You” (Willie Dixon)
3. “Honest I Do” (Jimmy Reed)
4. “Mona (I Need You Baby)” (Ellas McDaniel)
5. “Now I’ve Got A Witness (Like Uncle Phil And Uncle Gene)” (Nanker Phelge)
6. “Little by Little” (Nanker Phelge/Phil Spector)
7. “I’m a King Bee” (Slim Harpo)
8. “Carol” (Chuck Berry)
9. “Tell Me (You’re Coming Back)” (Mick Jagger/Keith Richards)
10. “Can I Get a Witness” (Brian Holland/Lamont Dozier/Eddie Holland)
11. “You Can Make It If You Try“
12. “Walking the Dog“
A Banda:
Mick Jagger – vocal,gaita e percussão
Brian Jones – guitarra, gaita, vocal e percussão
Keith Richards – guitarra e vocal
Charlie Watts – bateria e percussão
Bill Wyman – baixo e vocais
Músicos adicionais:
Gene Pitney – piano em “Little by Little”
Phil Spector – maracas em “Little by Little”
Ian Stewart – órgão e piano
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