Dias atrás escrevi aqui sobre o álbum “Ipso Facto” (2015), segundo full-leght da banda francesa de nu-metal industrial, Elyose, como um aperitivo para o novo álbum da banda “Reconnexion” que chegará no dia 27 de setembro próximo, viabilizado de forma independente e graças a uma muito bem sucedida campanha de crowdfunding.
A Confraria Floydstock recebeu gentil e antecipadamente o material do novo álbum da ELLIE PROMOTION, o que possibilitou uma prévia resenha sobre o mesmo.
Então vamos ao vindouro “Reconnexion“.
Antes de tudo, vale evidenciar a extrema competência musical apresentada nesta obra pelo quarteto que forma a banda, todos os quatro membros dominam suas funções com segurança e refinamento.
Dignos de nota inclusive por perseverarem na carreira internacional mantendo-se fieis ao seu idioma pátrio, o francês, indo na contra-mão do geral, onde as bandas preferem adotar o inglês como a língua usada em seus trabalhos.
“Reconnexion” começa oportunamente com duas grandes pedradas que de imediato já o catapulta às alturas do seu gênero.
Tanto na faixa de abertura (pós-intro), “Un autre été” como na seguinte “Psychosis“, (esta última com a participação especial de Mark Jansen do Epica e MaYan no vocal gutural), temos duas canções que sintetizam a Evolução do seu Vigor, apontada no título deste texto.
Pois a banda de maneira feliz já começa respondendo bem ao que seus fãs esperavam após a expectativa criada pelo ótimo antecessor “Ipso Facto“: não só manter a qualidade como até mesmo amadurecer e evoluir. E o Elyose o fez como toda a energia e vigor empregados neste novo trabalho. E sim, a frontwoman Justine Daaé está perfeita em seus vocais, cantando melhor do que nunca em vários tons e impostações de sua voz, entregando ótimas e diversas nuances interpretativas em todas as canções.
O disco todo soa sofisticado e com um vasto repertório de arranjos e variações, cujas músicas apresentam andamentos variados entre elas e dentro delas. E todas contempladas com pegajosos riffs e solos elaborados das guitarras de Marc De Lajoncquière e Ghislain Henry.
Isso fica evidenciado entre as faixas 4 e 8, onde a velocidade das duas músicas iniciais dá agora espaço para as canções mais cadenciadas e repletas de elaborações de arranjos complexos e novamente a exemplo do que tivemos em “Ipso Facto”, temos também em “Reconnexion“: o ousado e sábio uso de dezenas de recursos eletrônicos com os quais o multi-instrumentista e programador musical Ghislain Henry incrementa o trabalho nas doses certas.
A sétima faixa “Mes 100 ciels” ganhara um clipe que será lançado no dia quatro de setembro próximo.
Mas na singela opinião deste escritor, a grande música de “Reconnexion” é a sua nona faixa “La veuve noire“, uma paulada elaboradíssima, contendo inúmeras alternativas sonoras.
Se em “Ipso Facto” a canção “Rédemption” se tornara a grande excelência do álbum, “La veuve noire” tem tudo para se tornar a grande referência de “Reconnexion“, inclusive devendo funcionar muito bem nas apresentações ao vivo da banda, assim como “Un autre été” e “Psychosis” também prometem êxito nos shows.
Encerrando a obra temos “Contretemps“, lançada originalmente no álbum anterior e que aqui ganhou uma linda e inédita versão acústica, onde você terá grandes dificuldades em escolher o que lhe soa mais exuberante: os acordes do violão ou o lindo canto de Justine. Na dúvida, opte por ambos.
Tracklist:
- 1. Intro
- 2. Un autre été
- 3. Psychosis
- 4. De tout là-haut
- 5. Asymétrie
- 6. Folle alliée
- 7. Mes 100 ciels
- 8. À coeur perdant
- 9. La veuve noire
- 10. Les mots qui me viennent
- 11. Contretemps
A BANDA:
- Ghislain Henry – Bass, Keyboards, Vocals, Guitars, Programming
- Justine Daaé – Vocals, Keyboards
- Pat Kzu – Drums
- Marc De Lajoncquière – Guitars
- Flo Lemonnier – Vocals (additional)
- Aurélien Fouet-Barak – Vocals (additional)
- Mark Jansen – Grunts (Track 3)
- Raf – Vocals (additional)
- Noemi Aurora – Artwork
- Achernar – Mixing
- Brett Caldas-Lima – Mastering