Dirigido por Alan Parker e roteirizado por Roger Waters, obra chegou aos cinemas em 14 de julho de 1982
Em 1982, o saudoso e aclamado diretor de cinema, Alan Parker, lançava o seu icônico filme “Pink Floyd: The Wall”, que levou para a tela grandeo álbum conceitual homônimo da banda Pink Floyd.
A película mesclou trechos de animação psicodélico-surrealista com a narrativa da vida do protagonista, Pink, um cantor e compositor perturbado que sofre com a solidão e a alienação, oriundos de uma infância traumática e de uma vida de fama.
Pink, o personagem principal da obra, é na verdade uma persona híbrida, trazendo elementos semi-biográficos dos dois grandes gênios e líderes do Pink Floyd: Syd Barrett, responsável pelo nome e conceito inicial da banda, tendo sido afastado desta devido aos seus problemas de perturbações mentais ocasionados pelo uso excessivo de substâncias químicas; e Roger Waters, que tomou para si a liderança da banda e seus caminhos conceituais, incluindo o álbum que dera origem a este filme em questão, pelo qual ele também foi co-responsável, como roteirista.
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A trama mostra metaforicamente a construção de um muro, bipartindo o ego do personagem principal, entre a sanidade e a esquizofrenia, à medida em que este vai sofrendo “tijolo por tijolo” os efeitos cáusticos deixados pela guerra e alienação, em virtude de ter perdido seu pai na batalha contra os nazistas durante a 2 Grande Guerra, abuso e assédio moral, pelo professor ditatorial e o duro sistema de ensino bretão, e traumas, pela criação por uma mãe super-protetora, além de conflitos oriundos do adultério, solidão, abandono, etc., tudo isso embebido ricamente em simbolismos e imagens impactantes, capturando a atmosfera angustiante e psicodélica da música do Pink Floyd.
Sucesso de crítica e de público, “Pink Floyd: The Wall” logo se tornaria um filme cult com o passar do tempo, sendo amplamente considerado uma das melhores adaptações cinematográficas feitas a partir de uma obra fonográfica, com elogiada direção, cativante trilha sonora e performances inesquecíveis, através de uma linguagem dramático-envolvente, pegando e conquistando de jeito a juventude à época.
Todavia, nem tudo foram flores. O filme recebeu críticas pesadas por sua narrativa sombria e perturbadora, bem como por algumas cenas gráficas de violência e sexualidade, bem como também foi criticado por alguns, alegando que o material era demasiadamente simbólico e obscuro, com uma narrativa confusa para estes.
“Pink Floyd: The Wall” segue sendo um marco na história do cinema musical, considerado uma peça central e icônica na obra do Pink Floyd.