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Música é assunto para a vida toda

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Ouça a playlist Slow Heavy. Porque peso não é velocidade

Desde a década de 70 quando o hard rock começou a dar cada vez mais peso e intensidade ao rock and roll, a velocidade dos andamentos das canções passou a aumentar, quer seja em um ou outro elemento, tais como os solos rápidos de Eddie Van Halen, baterias cada vez mais céleres ou mesmo músicas extremamente rápidas como um todo.

Isso tomou extrema força no advento Heavy Metal ou simplesmente Metal, como gostam de chamar por aí, quando as grandes bandas do gênero ganharam o mundo.

Aumentou sobremaneira na expansão do trash metal e outros braços do metal que viriam.

Nesses dias últimos andei ouvindo uma série de álbuns, bons até instrumentalmente falando, mas que ao meu ver ( ou melhor, ao meu ouvir) ficam massantes por terem o andamento “speed” em tempo integral.

Confesso que nunca fui um simpatizante da equação quanto mais rápido é mais pesado e portanto melhor, ao contrário, sempre me encantei mais com o peso bem colocado e variações de velocidades e andamentos e preferencialmente embebido em melodia, afinal, gosto de música.

Então resolvi pensar e enumerar de cabeça algumas canções que traduzem bem o supracitado e oferecem um bom peso em sua atmosfera, sem necessariamente abusarem da velocidade rítmica e cheguei inicialmente a dez músicas, que integram uma playlist que disponibilizo no fim desse post.

São elas:

Black Sabbath – “Age of Reason”

O  Sabbath e especialmente Tony Iommi é a explicação literal desse texto. Desde os tempos de seu álbum de estreia, a faixa-título mostrava um clima sombrio, denso e pesado, calcado num andamento quase parado que só depois acelerava.
Em “Age of Reason”, do álbum de estúdio derradeiro do grupo não é diferente. Tony Iommi está afiadíssimo nos riffs e fraseados de ótimo peso e variações de andamentos. Ozzy dá o tom lúgubre, como sempre.
Atenção especial no minuto 3:58.

Judas Priest – “Victim of Changes”

Entoada logo de cara pelas fabulosas guitarras gêmeas de Glenn Titpton e K.K. Downing, a música cai solenemente no riff pesado e rítmico e se completa na frente com o canto magistralmente hipersônico de Rob Halford, que nela brada um dos melhores gritos de todo o heavy metal.
A versão ao vivo no disco “Unleashed in The East” é conclusiva.   

Mercyful Fate – “Into the Coven

Aqui novamente o tripé formado pela dupla de guitarristas e o vocalista fazem toda a diferença. No caso, Hank Shermann e Michael Denner nas guitarras e o mago das cordas vocais, King Diamond.
O andamento é fascinante, sobretudo pelo canto agudo contrastando com o grave, ambos os tons cantados pelo mesmo Diamond, entre bases e solos das guitarras sensacionais.

Iron Maiden – “Wrathchid”

A Velha Donzela é, sempre foi e sempre será peso embebido e melodia. Mesmo na crua e direta “Wrathchild”, que soa visceral com o canto forte, aqui nessa versão de Bruce Dickinson, com o andamento regido pelo chefe Steve Harris no baixo e a trinca de guitarristas Gers/Murray/Smith se alternando nas bases e solos.

Accept – “Shades of Death

A entrada com climatização de suspense já nos dá a sensação e certeza que um musicaço se seguirá. E é o que acontece em Shades of Death, quinta faixa do ótimo álbum “Blood of Nations” do Accept.
Quando entra o riff de Wolf  Hoffmann e o canto visceral-esganiçado de Mark Tornillo, o sentimento é que a vida toda melhora.

Epica – “Kingdom of Heaven – A New Age Dawns”

O symphonic metal é um dos sub-gêneros do metal com mais incidência da hiper-aceleração. Mas não com o Epica. Nesta longa canção, uma das melhores da banda, a porrada é firme, o peso é sem erro, mas sem acelerar fora de hora ou em demasia. Corais lindos e o belo canto da prima-dona Simone Simons a enobrecem ainda mais.
Atenção especial no minuto 4:50

Megadeth – “Countdown to Exctincion”

Dave Ellefson num trovejante e rítmico contrabaixo e a voz peculiar do líder Dave Mustaine, com seu fraseado na guitarra tornam esta música uma delícia de se ouvir. Nada de muito veloz. Uma aula sem pressa do bom e velho metal.

Sepultura – “Territory”

Quando o baterista Iggor Cavalera começa esta, dá a impressão que virá uma porrada supersônica. Mas eis que a dupla Max Cavalera e Andreas Kisser, puxam o freio, tornando-a um clássico de rítmo e peso, cheia de variações de andamento. Maravilha.

Motörhead – “Metropolis”

Aqui é Lemmy Kilmister!!! Onde tem sua voz e seu baixo Rickebacker tem peso e qualidade certamente. Numa ode ao espaço metalico, embalada pelos solos de Eddie “Fast” Clark, essa pode ser considerada A balada do Motörhead.

Metallica – “One”

Para mim a melhor música do Metallica, especialmente nesta versão orquestrada sob a regência do saudoso Michael Kamen. A beleza de sua construção e andamento é difícil traduzir em palavras.
O naipe de violinos dão um espetáculo à parte.
Sim, ela acelera e muito no final, mas no momento preciso e eruptivo. Tudo perfeito.

Ouça a playlist clicando na cruz abaixo (Com o passar do tempo novas músicas serão incluídas nessa playlist, que agora é colaborativa. Inclua a sua também):

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