3º álbum da extinta banda bretã chegou no dia 21 de agosto de 1997
“Todo o meu pessoal está bem aqui agora, você sabe o que eu quero dizer? Não?” Diz a primeira faixa (com aquele violãozinho beirando um “Wonderwall” qualquer e aquela guitarra de uma whats the story e por aí vai…voltando ao segundo disco) que traduz um sentimento de que a banda esta fazendo um bom trabalho e agora quer comemorar dando voltas no mundo, experimentando tortas mágicas, flertando com garota de camiseta suja entre outras coisinhas mais…
“Be Here Now” já faz menção do tempo que está passando com a arte do relógio clássico em números romanos e o calendário ocidental datado de 21 de agosto de uma quinta feira do ano, que embora não mencionado é 1997. Essa data que está no encarte já era previamente combinada como o dia do lançamento do disco.
Depois de dois excelentes álbuns iniciais que se tornaram ícones dos anos 90 e do puro rock inglês, “Definitely Maybe” e “What’s the story (morning glory)”, seria muito difícil manter o alto e surpreendente nível de composição e performances dentro do estúdio, já que ao vivo a banda continuava em ascensão e cada vez mais solta nos palcos, devido ao sucesso de vendas com ingressos esgotados nas turnês e festivais por onde Oasis tocou, mas é evidente que eles estão curtindo esse momento, chegando até a se comparar com os Beatles em uma declaração polêmica e infeliz do convencido vocalista Liam.
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O disco tem gravações fracionadas em diversos estúdios, desde o mitológico londrino Abbey Road, passando por Ridge Farm, Air, até Master Rock e Orinoco Studios entre novembro de 1996 e abril de 1997, formando o terceiro trabalho do Oasis com a grande qualidade sonora mantida, adicionada uma arte do álbum com fotos de ambientes já característicos, imergindo os fãs para as músicas através da visualização da mansão e a piscina de onde foi gravado o clipe do consagrado hino Don’t look back in anger, além de mobilete, da vitrola, do carro na piscina, do globo, do calendário…
Eis que surgem um hit digno de beatlemania que são as belíssimas “Don’t Go Away” e “Stand by me”. Você pode me dizer que The Beatles não tem comparação? Eu até concordo, mas te perguntaria em seguida: qual o problema com você? Então cante pra mim algo novo…hahaha….polêmicas a parte cravo essa como as melhores músicas do disco e que também marcaram a década.
“I hope, i think, i know” e a contagiante “It’s gettin’ better (man!!)” com a mesma energia de “Stay Young” e “Supersonic” embalam o disco. Oasis já falaram que são muito influenciados pelos Fab4 e não é a toa que notamos muitas referências tal como em “The Girl in The Dirty Shirt”.
“All Around The World” vem para fechar o disco e falar desse louco tempo que não para e que a gente para para vê-lo passar às vezes e que às vezes fazemos e quando fazemos parece que passou por que vai ficar tudo bem ou esperamos que esteja tudo bem. A verdade é que estar aqui agora significa mais do que este texto, mais do que a prepotência e arrogância do ser humano, de sua ganância e de sua violência em Barcelona, Madri, Londres, Paris….talvez a sinfonia no final de all around the world seja daquele reino que virá e será feliz e como deve ser quando todos cantam alegremente lalalalalalallalalalalalalalala….you know it’s gonna be o.k.
“Be Here Now” é um dos melhores discos do Oasis e eu adoro. Apesar de completar hoje 20 anos, continua atual e trazendo lembranças de como é bom envelhecer, além de fazer-nos sentir saudades da última década que se produzia músicas de qualidade.
Por Leonardo Albuquerque Malta.