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O primeiro álbum "Graham Nash David Crosby"


“Graham Nash David Crosby” (1972), primeiro álbum da parceria Crosby/Nash, surgiu durante a turnê que Crosby e Nash fizeram juntos após o lançamento de seus respectivos primeiros álbuns solos pós CSNY, “If I Could Only Remember My Name” e “Songs for Beginners”. O sucesso da turnê levou as novas músicas para o estúdio de gravação – sempre rodeados de “grandes amigos”: Jerry Garcia, Phil Lesh e Bill Kreutzmann (do Grateful Dead), Dave Mason, além do quarteto “The Section” (Craig Doerge, Danny Kortchmar, Leland Sklar, and Russell Kunkel).

A veia folk/pop de Nash segue entrecortada pela introspecção reflexiva de Crosby, moldados pelas belíssimas harmonias vocais típicas desses mestres da canção americana.

A primeira canção, “Southbound Train”, é um country tradicional de retorno ao sul em que Nash desafia: “Can you carry the torch that’ll bring home the dead?”; e expõe as feridas: “Are you angry and tired that your point has been missed?”… “Fraternity failing to fight back the tears / Will it take an eternity breaking all the fears?”.

Após as duas primeiras pancadas, uma curta balada metalinguística ao piano, “Blacknotes”, desemboca em “Strangers Room”, canção dolorida, com o primor vocal característico da dupla, apresentando um homem perdido em uma sala de estranhos, a suplicar ajuda, sem conseguir encontrar a luz ou ao menos saber pra onde vai, do que está fugindo. Em “Where Will I be?”, Crosby sintetiza o disco em letra, música, delicadeza e angústia, numa interpretação assombrosa de uma canção que poderia fazer parte de “If I could only remember my name”, seu fantástico primeiro lp solo. Fechando a primeira parte, uma das mais belas do álbum, “Page 43”, uma reflexão melancólica sobre aproveitar o que a vida nos apresenta, apesar da repetição da mesma velha história…

O lado b abre com “Frozen Smiles”, mais “animada” ritmicamente, no entanto continuando o peso temático das demais, é um conselho para um amigo que vive “entre muros”, isolado. Em “Games”, um fim de relacionamento é a senha para reflexão do quanto os “jogos” (de poder, do conflito, do ‘querer mais’) matam o amor. “The Wall Song”, retoma a espécie de figura recorrente do álbum, um homem “emparedado” em uma cerca feita de lágrimas onde não pode ser ouvido, um ser a caminhar, tropeçando meio cego e seco como o vento.

Nessas onze canções, David Crosby e Graham Nash conseguiram, através de um misto de escuridão e beleza, um panorama atemporal de um homem angustiado, reflexivo e, acima de tudo, solitário. Ah, “The Wall” (do Pink Floyd) veio bem depois…


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Tracklist:

Side one

1 “Southbound Train”
2.”Whole Cloth”
3.”Blacknotes”
4.”Stranger’s Room”
5.”Where Will I Be?”
6.”Page 43″

Side two


1.”Frozen Smiles”
2.”Games”
3.”Girl to Be on My Mind”
4.”The Wall Song”
5.”Immigration Man”

Por Marcos Filho

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