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O Doors e o experimental "The Soft Parade"

4º álbum de estúdio da banda chegou no dia 18 de julho de 1969

O “Soft Parade” chegou em julho de 1969 como a gravação mais experimental do Doors, um LP intensamente diferente que encontrou Jim Morrison e banda experimentando arranjos de orquestra e metais, um estranho amálgama de bluegrass-soul com uma tentativa equivocada de rock progressivo.

A culpa e o crédito vão para um grupo que parecia estar se afastando de Morrison como principal compositor. O guitarrista Robby Krieger escreveu ou co-escreveu mais de metade das músicas, e até dividiu um vocal principal em “Runnin’ Blue“. Se isso sinalizou uma crise na criatividade, disputas contínuas pela direção da banda, um sinal externo de que os demônios de Morrison estavam se tornando uma grande distração ou simplesmente um desejo profundo de encontrar novas perspectivas continua sendo um ponto de debate. O que não se discute, no entanto, é quantas vezes o “Soft Parade” falhou ao longo do caminho.

Quando esses novos sons funcionavam, como em “Touch Me” de Krieger, os Doors pareciam estar se movendo ousadamente em áreas musicais ainda não descobertas, mesmo enquanto mantinham o poder sensual de seus melhores momentos. No terceiro lugar, a música se tornaria o terceiro maior hit de todos os tempos, depois de “Light My Fire” e “Hello, I Love You“. Aqui e ali, os Doors apanham um riff potente em “Wild Child“, de Morrison, e se aprofundam no misticismo free-jazz em seu “Shaman’s Blues“.

Infelizmente, esses momentos estão cercados por uma série de tropeções equivocados, já que a pretensão dos Doors excede em muito sua capacidade em “The Soft Parade“. “Tell All the People“, de Krieger, tenta um tipo de alquimia do tipo “Touch Me“, mas em vez disso parece estranhamente melancólico. Seu “Wishful Sinful” é emaranhado de suaves temas clássicos, embora de alguma forma tenha chegado ao Top 40 da Billboard. (Isso provavelmente provocou uma forte repreensão da Rolling Stone, que sugeriu que este álbum fosse re-intitulado “The Soft Touch“.) “Runnin’ Blue“, na medida em que alude à morte de Otis Redding, tenta aquela mistura desajeitada de R&B com o bandolim de Jesse McReynolds. E, com todo o respeito pelo falecido Morrison, a faixa-título de várias partes é uma epopéia inchada e confusa.

Alimentado por um single de sucesso e boa vontade de projetos anteriores, “The Soft Parade” ganhou o disco de platina. Mas foi, até então, o álbum mais mal colocado dos Doors dos EUA, e que sequer conseguiu alguma colocação no Reino Unido. Abalados, os Doors, ao longo de suas duas gravações remanescentes da era Morrison, restringiram-se ao rock com foco no blues e  jazz que inicialmente os atraiu para a fama, recuperando-se de um álbum mais apropriado para colecionadores.

Traduzido pelo confrade Renato Azambuja via UCR

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