Revolucionário e fascinante, Miles Dewey Davis nasceu no dia 26 de maiode 1926, em Alton, Illinois (EUA). Foi em Nova Iorque, em 1944, que seu legado musical começou. Miles foi estudar na conceituada escola de música de Julliard, porém foi nos enfumaçados clubes de jazz do Harlem, que começou a criar seu estilo único.
Nesse período tocou com lendas como Thelonius Monk e Charlie Parker. Foi um dos promotores do Bop, estilo que rompia com o conservadorismo do jazz tradicional, mas fazia também uma música carregada de emoção e sentimento.
O som puro e claro de seu trompete tornou-se sua marca registrada. Sobre seu estilo ele já havia dito: “Eu prefiro um som agradável sem atitude, como uma voz agradável sem muito trêmulo e sem muitas linhas de baixo. No meio termo. Se eu não consigo esse som, eu não consigo tocar nada”. “Miles era um líder nato e tinha habilidade para lançar novas tendências e alguém com olho para introduzir músicos inovadores que ajudariam a formar o futuro do jazz”, escreveu Grover Sales, no livro “Jazz: america’s classical music“, de 1992.
Foi no ano de 1959, após conhecer a teoria da música modal, que Miles fez uma música chamada de “MIlestones”, muito entusiasmado com o resultado, ele reuniu um fabuloso “dream team” do jazz para gravar o magnífico “Kind of Blue“, um divisor de águas na história do jazz. Gravado em Nova York, o álbum contava com o pianista Bill Evans, o baixista Paul Chambers, o baterista Jimmy Cobb e os saxofonistas Cannonball Adderley e ninguém menos que o gênio John Coltrane.
Gravado sem ensaios, em três canais, com poucos recursos técnicos, o disco tem qualidade sonora de primeira (ouça o álbum em vinil e compreenderá o que estou dizendo!).
“Kind of Blue” é um dos discos mais influentes de todos os tempos e mudou o rumo da música. Abriu brecha para flertar jazz com outros estilos com rock, hip hop e até música clássica. Em 2009, o Congresso americano honrou o álbum, elevando-o ao status de Tesouro Nacional. Miles Davis faleceu em 28 de setembro de 1991 de AVC, pneumonia e insuficiência respiratória, em Santa Mônica, Califórnia. Seu legado permanece vivo e atual e segue influenciando gerações de músicos ao redor do planeta.
Por Marcelo Miranda.