1968. Uma página importante na carreira de quatro rapazes da cidade de Blackpool, no noroeste inglês, que honraram o nome do inventor da semeadeira e um dos pais da agricultura científica, Jethro Tull.
Há 50 anos, era lançado “This Was”, a certidão sonora de nascimento de uma das maiores bandas da humanidade. Enquanto Jimi Hendrix disseminava o estilo Rhythm And Blues, o Tull procurava tocar seu Blues inovador com o uso da flauta, maximizando olhares e expectativas.
Capitaneado pelo genial Ian Anderson (vocais, flauta, violão), Mick Abrahams (guitarra), Glenn Cornick (baixo) e Clive Bunker (bateria), o grupo precisou de apenas 1.200 libras para gravar seu disco de estreia, recheado de blues, harmônicas e elementos do hard rock, com extrema qualidade, apesar do som não se parecer em nada com o som progressivo, bucólico e encorpado que elencaria a banda como uma pérola musical.
Músicas:
My Sunday Feeling – Inquieta, a música tem uma base jazz com um frenesi guitarrístico. Clássico.
Some Day The Sun Won’t Shine For You – Uma das melhores do disco, uma mistura de blues e riffs que faz o ouvinte implorar para escutar novamente o solo de gaita de Ian Anderson e o acompanhamento de Mick.
Beggar’s Farm – Ambiente sonoro que explica muito o som direcionado dos primeiros anos do Jethro Tull.
Move On Alone – Simples, embora muito agradável e coesa.
Serenade To A Cuckoo – Muito swing nas guitarras e baixos, flauta excepcional em um jazz corajoso.
Dharma For One – Uma aula de Clive Bunker. Técnica e pureza na arte de tocar bateria.
It’s Breaking Me Up – A gaita de Anderson dá um toque especial para o blues coerente existente na canção. Talvez, a melhor do disco.
Cat’s Squirrel – Música instrumental, rápida e dançante. E pesada!
A Song For Jeffrey – Uma música, apesar da linha vocal… estranha. Mesmo assim, uma música obrigatória nessa fase inicial do Tull.
Round – Belas linhas melódica entre flauta e piano em poucos segundos que fecham o disco.
Obs. Por um tempo, Mick foi substituído pelo desconhecido Tony Iommi. A mais conhecida aparição com o Jethro Tull está no documentário “Rock ‘n’ Roll Circus”. Acabou indo para outro projeto, que se tornaria o Black Sabbath. Com a saída de Iommi, Martin Barre inicia uma fase maravilhosa e criativa, com um foco mais progressivo ao som.
Porém, isso fica pra outro papo. Viva os 50 anos do “This Was”.
Por Renildo Carlos Ferreira, escrito gentil e especialmente para a Confraria Floydstock.
A Banda:
- Ian Anderson: Vocais, flauta, gaita, piano
- Mick Abrahams: Vocais, guitarra
- Clive Bunker: Bateria
- Glenn Cornick: Baixo
- David Palmer – Trompa francesa and arranjos de orquestra
- Terry Ellis – Produtor