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Iron Maiden: em "The Number of the Beast" a Velha Donzela sai vigorosa de sua crisálida

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Pelo confrade Guto Oliveira.

No dia 22 de março de 1982, o Iron Maiden lançou um de seus mais aclamados discos, obtendo enorme sucesso comercial internacionalmente. A banda britânica alcançou o topo das paradas locais com o disco, que vendeu mais de 16 milhões de cópias, até hoje o melhor resultado da banda.

O ano marcou também a entrada de Bruce Dickinson, vocalista do Samson, substituindo Dianno, que foi demitido por não ter o carisma e a energia no palco que a banda desejava. Dickinson chegou causando furor, pois exigiu manter o cabelo cumprido e que usaria as roupas que ele queria, impondo sua atitude peculiar. Ele estreou justamente no disco em questão.

Dickinson mostrou uma diferente interpretação das canções da banda, dando-lhes um tom mais melódico em “The Number of the Beast“, que trouxe canções conhecidas como “The Number of the Beast“, “Hallowed Be Thy Name” e “Run to the Hills“, além da polêmica “The Number of the Beast“, marcada por acusações de alguns grupos religiosos, que diziam que a banda tinha um cunho satânico, afirmando que as letras do Maiden estavam repletas de cantos demoníacos, invocando o demônio e vandalizando a mente da juventude.

Toda essa polêmica surgiu por causa da canção, pois foi justamente a alusão explícita ao número da besta (666) que fez a trilha fazer sucesso. E a explicação é bem mais fácil de entender do que a polêmica, pois a canção foi feita a partir de um pesadelo que o baixista Steve Harris teve após ver um filme de terror, “A profecia 2”.

As curiosas ocorrências na gravação do disco deixaram muitos de cabelos em pé: A imprensa musical afirmou que durante a gravação nos estúdios Battery houveram acontecimentos inexplicáveis, como no caso de luzes que acendiam e apagavam sem motivo aparente e o equipamento de gravação que quebrou misteriosamente. Estes incidentes chegaram a seu clímax quando o produtor Martin Birch bateu seu automóvel contra um ônibus cheio de freiras! O custo do conserto de seu carro foi de exatamente 666 libras esterlinas.

Amaldiçoado ou não, o disco é vigoroso e um verdadeiro divisor de águas na carreira do Maiden, tendo sido construída ali a sua reputação de grande banda do metal, graças ao impressionante timbre de Dickinson. O produtor do álbum, Martin Birch, chegou a dizer que não acreditava que Dianno (o vocalista demitido) seria capaz de dar o peso esperado para o disco, concebido em conjunto, mas com a condução de Steve Harris. Ele disse que com a chegada de Bruce, abriram-se inúmeras possibilidades para o novo álbum.

O disco original foi lançado com 8 faixas. Mais tarde, foi relançado incluindo “Total Eclipse”, inserida como a penúltima música do disco.

Não bastasse a surpreendente energia das músicas do Maiden, calcadas na maestria de suas guitarras, na bateria densa e poderosa e na linha segura do baixo, o Maiden ainda tem como trunfo letras igualmente impactantes, polêmicas ou não, são verdadeiros poemas, demonstrando que além de força, há muita inteligência por trás das composições, como por exemplo “Children of the damned”, onde Steve Harris buscou inspiração no clássico “A profecia”, de David Seltzer.

É um disco imperdível para amantes do rock pesado, e pelo menos três sucessos são dignos de entrar para qualquer relação de melhores músicas do heavy metal: a impressionante “Hallowed thy name”, a polêmica “The Number of the beast” e também “Run to the hills”. Todos os fãs do Maiden reconhecem estas músicas já nos primeiros acordes, pois são marcos indeléveis da banda.

Tracklist:

1. Invaders
2. Children Of The Damned
3. The Prisoner
4. 22 Acacia Avenue
5. The Number Of The Beast
6. Run To The Hills
7. Gangland
8. Total Eclipse
9. Hallowed Be Thy Name

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