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E o rock morreu? Claro que não!

E o rock morreu? Claro que não!

Leia abaixo um texto publicado ainda nos meus tempos de blog e página Free Four, que também fora publicado à época de setembro de 2014 no site Whiplash.net .

Essa coisa de “rock morreu”, “rock foi assassinado” já deu né.

Recentemente, o icônico baixista e vocalista do KISS, Gene Simmons, veio com essa.

Segundo Simmons e alguns vários outros colegas do show rock-business, a pirataria, indústria de downloads, streamings pagos e gratuitos acabaram cometendo o tal “homicídio”.

Mas isso valeria para a música no geral, não somente para um estilo.

Ora, quando a água bate na bunda, a gente deve aprender a nadar.

Se a forma dos fãs e ouvintes consumir músicas mudou, que artistas e indústria fonográficas se adequem a ela. Não adianta reclamar: Youtube, Spotify, Rdio, Deezer, Netflix, Torrents, etc. vieram para ficar e se expandirão, deixando para os discos físicos, a opção de serem lançados e relançados em novas versões, DeLuxes, boxes e tudo mais para os tradicionalistas que gostam de pôr a mão na massa e colocar o disco pra tocar, ler seus encartes e inflar suas coleções.

Por outro lado nunca se viu tantas turnês mundiais, englobando países dos cinco continentes, como de uns quinze anos para cá e a coisa só cresce. Novos países se tornaram cada vez mais novos mercados para shows pequenos, médios e até mesmo megashows. A América do Sul é hoje passagem obrigatória de toda gama artístico-musical. Quando que na década de 80 imaginaríamos shows de bandas de sucesso mundial se apresentando em países como Paraguai, Peru, Chile e Colômbia por exemplo. Se discos não vendem, shows vendem ingressos, publicidade e em muitos casos, vendem muito. Na verdade quem não ganham com turnês, obviamente são as gravadoras, ainda que de certa forma também possam lucrar através dos registros ao vivo que posteriormente saem em Blu-ray/DVD/CD. Que artistas e bandas façam mais e mais shows para fãs que ouvem seus ídolos nas novas vias de consumo musical… e a roda gira…

Pois é, hoje não dá mais para compor, gravar, lançar e sentar esperando a caixa registradora tilintar, tem que se apresentar pra ganhar.

Abordando um outro aspecto dessa questão, quero me referir ao comentário que Jack White, talentoso guitarrista, ex-White Stripes fez essa semana, dizendo que a geração da juventude sessentista teve mais sorte por ter por exemplo, Bob Dylan.

White para mim sintetizou assim a coisa toda, ou ao menos boa parte da questão, pontuando-a.

Quando o rock and roll explodiu na década de 50, trouxe na sua fisiologia a rebeldia inerente, o protesto em sí, a voz do jovem, antes recatado, depois abusado, como os movimentos da dança de Elvis Presley, que “chocou” muita gente, como o apresentador de auditório Ed Sullivan.

A década de 60 trouxe com ela a revolução de comportamentos sociais políticos e o rock foi uma trilha sonora disso, influenciando e sendo influenciado pelos contextos, principalmente na costa oeste dos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.

Porém tudo aquilo passou. Não dá para revivermos outra guerra do Vietnã (graças a Deus), nem nenhum outro contexto comportamental-sócio-histórico da época. Motivos para rebeldia não faltam hoje em dia, mas, o que legitima uma boa rebeldia é algo novo, e o nosso rock já é um senhor idoso, não adianta querer que ele soe revolucionário agora muito menos na “crista da onda”, como segmentos musicais que vão surgindo (e muitos sumindo na sequência).

Alguns mega astros nos deixaram ainda jovens, outros envelheceram, e esses enriqueceram muito. Os filhos dos fãs daquela geração hoje tem na casa dos 40 anos (como eu), e praticamente nenhum de nós conserva o tal “romantismo” de achar que devemos ser muito doidos, andarmos obrigatoriamente de preto ou trajando camisas de bandas e pechinchar desde a entrada até bebidas dos bares do gênero.

Hoje Paul McCartney anda de limousine, James Hatfield veste Armani, Nick Mason coleciona Ferraris e Bruce Dickinson pilota jatos, logo, nós fãs também podemos requerer mais conforto sem a ideia que estamos “traindo o movimento”. Não existe mais “movimento”, existe um estilo musical maravilhoso que nos provém com novos materiais e shows para quem quiser degustá-los.

Enfim, o rock não morreu, está aí bem vivo, mas mudou porque o tempo passou e os contextos mudaram, apenas isso. Então nos resta apreciar o que ele tem de melhor, do presente e do passado, seja qual for o formato, pois é um estilo musical que vai deixando um legado inesgotável à humanidade.

Para ser roqueiro há apenas uma condição: gostar de ouvir e/ou ver rock.

Falando nisso, aumentem o som:

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