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Música é assunto para a vida toda

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Dori Caymmi, Edu Lobo, Toninho Horta e Zé Renato em tributo a Luiz Eça

Dori Caymmi conta que desenvolveu sua escrita musical e seu olhar sobre arranjo ao ser copista (o responsável por escrever as partituras) das orquestrações de Luiz Eça. Edu Lobo diz que o álbum “Luiz Eça & Cordas”, de 1965, foi fundamental para que ele se tornasse o compositor que se tornaria ao longo da década de 1960 e depois. Zé Renato lembra de ir com amigos no Chico’s Bar só para sentar ao lado do piano e ver o músico em ação para aprender o que pudesse ali. Toninho Horta afirma que seu violão descende dos caminhos harmônicos e melódicos de Eça. Ou seja, a reverência ao mestre seria natural no tributo “Em casa com Luiz Eça” (Biscoito Fino) encabeçado por Edu, Dori, Zé e Toninho — com lançamento nesta terça-feira, no Teatro Net Rio. Mas a conversa com os artistas mostra que para eles Eça era acima disso (ou ao lado) encarnava um modo de vida marcado pelo prazer da lida com a música.

A casa dele, no Leblon, ficava cheia de amigos o dia inteiro. Tinha a turma que chegava de dia e a que passava por lá à noite. Eu ia de dia para pescar depois — lembra Dori.

À noite ele fazia um macarrão, uma pizza… — rememora Edu. — O talento dele explodia. A gente ficava lá conversando, rindo e aprendendo.

Zé Renato resume:

Esse clima todo acabou indo para o estúdio e para o disco.

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“Em casa com Luiz Eça” foi pensado nesse espírito dos saraus da casa do líder do Tamba Trio. A ideia foi de Igor Eça, seu filho, também presente no disco como baixista — o time se completa com os bateristas Ricardo Costa e Jurim Moreira, o pianista Itamar Assiere e o flautista e saxofonista Mauro Senise.

Tendo o formato do trio como base, com o grupo unido em formações variadas, o disco inclui músicas como “Imagem”, “Búzios”, “The dolphin”, “Tamba” e “Em casa”, que começa com uma gravação caseira de voz e piano do próprio Luiz Eça. Há ainda a canção-tributo “Menino da noite”, melodia de Igor com letra Paulo César Pinheiro. O letrista também assina os versos de “Quase um adeus”. A canção carrega uma história curiosa. Ela teve sua letra original, de Vinicius de Moraes, perdida — o poeta e o pianista decidiram, distraidamente, apertar um cigarro usando o papel no qual a letra havia sido recém-escrita.

Quando liguei para Paulo César Pinheiro, contei para ele a história e pedi uma nova letra, ele se emocionou muito — conta Igor. — Meu pai tinha dito a ele que estava musicando versos seus e, antes que conseguisse mostrar, morreu.

Toninho chama a atenção para a musicalidade espontânea do álbum (quase todo cantado, em versos ou vocalises):

É um disco de instrumentistas que cantam.

O show de lançamento do álbum será gravado para um DVD. Além das músicas do disco, terá outras que marcam encontros dos quatro artistas com Eça, como “Beijo partido” e “Mistérios”.

LANÇAMENTO “EM CASA COM LUIZ EÇA”

ONDE: Teatro Net Rio — R. Siqueira Campos 143 (2147-8060).

QUANDO: Hoje, 21h15m

QUANTO: R$ 35.

CLASSIFICAÇÃO: 12 anos.


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