Incrível como um longo hiato pode fazer tão bem em alguns casos.
Caso claro da banda germânica Accept.
Após colapsar com tantos desentendimentos com o frontman Udo Dirkschneider desde os anos 80, o grupo praticamente acabou em 1996, deixando de lançar álbuns e caindo num quase esquecimento.
Em 2009 o guitarrista Wolf Hoffmann reunira a trupe, agora com um novo homem ao microfone: Mark Tornillo, que estreou no vigoroso álbum “Blood of The Nations” e dera conta do recado se mostrando ser um excelente vocalista, tudo o que o Accept precisava para renascer com autoridade.
Mais dois excelentes álbuns se sucederam “Blood of The Nations”: “Stalingrad” (2012) e “Blind Rage” (2014) até o grupo chegar a este, “The Rise of Chaos”.
“The Rise of Chaos” ilustra a confirmação de que o Accept talvez seja a banda quarentona de heavy metal mais inquestionável e irrepreensível do momento, pois conseguiu a proeza de manter a sua essência oiteintista dos tempos de “Balls to The Wall” (1983), por exemplo, e ao mesmo tempo soar novo e moderno.
Resultado: o grupo não depende somente dos hits antigos para sobreviver, principalmente nas apresentações ao vivo, pois nesses quatro álbuns desta nova fase, consegue criar novos sucessos que emplacam junto ao seu público e isso nos remete à ideia de vida longa à banda.
Este novo álbum já contém faixas que devem passar a integrar os setlists do Accept por um bom tempo, como a faixa, “Die by the Sword” que abre o disco e a previamente lançada como single, “Koolad”, ambas inclusive foram executadas na véspera do lançamento do álbum no festival Wacken Open Air na quina-feira última.
Como nos anteriores, aqui a sonoridade é marcante e peculiar, trazendo a pegada dos riffs inerentes ao heavy metal clássico, os solos nos momentos certos e a talvez maior marca do grupo: os refrões cantados em brados graves e em coro, com um toque medieval, tudo isso perfumado com um revestimento lírico, derivado da paixão declarada do guitarrista Wolf Hoffmann pela música clássica.
Sobressaindo-se nesse contexto temos as ótimas canções “No Regrets”, “Analog Man”, “Carry the Weight”, “Race to Extinction”, a faixa-título, além das duas supracitadas.
“The Rise of Chaos” marca a estreia de Uwe Lulis na segunda guitarra e do baterista Christopher Williams, substituindo respectivamente Herman Frank e Stefan Schwarzmann.
Concluindo, este álbum felicita todo aquele ouvinte e admirador do bom e velho heavy metal que por vezes se preocupa com o fato de certas bandas das antigas estarem “perdendo a pegada e o fôlego”.
Aqui, ao contrário, o fôlego parece só crescer. Aqui é Accept!
Tracklist:
01. Die By The Sword
02. Hole In The Head
03. The Rise Of Chaos
04. Koolaid
05. No Regrets
06. Analog Man
07. What’s Done Is Done
08. Worlds Colliding
09. Carry The Weight
10. Race To Extinction
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