Confraria Floydstock

Música é assunto para a vida toda

PUBLICIDADE

Black Sabbath: o álbum de estreia auto-intitulado

Black Sabbath: o álbum de estreia auto-intitulado

Pelo confrade Renato Azambuja.

Pare de estragar seu toca-discos girando LPs no sentido anti-horário.

Se você deseja, e realmente tem colhões pra sentir o verdadeiro hálito do Cão queimando suas narinas, ele e sua falange infernal nos deram o ar da (des)graça há 50 anos, com o lançamento do álbum homônimo da banda Black Sabbath.

Reza a lenda que seu andamento arrastado, característico desde então a todos os clássicos do grupo, se deve à deficiência de Tony Iommi, que teve dois dedos parcialmente decepados numa prensa industrial, e aprendeu com o grande Django Reinhardt que é possível ser um ícone do instrumento mesmo sem poder contar com a integridade de todos os seus membros.

Acho que não passa de lenda, mas parece sim que o inferno é uma questão de frequência. A mínima distorção do dial pode encerrar a conexão pra sempre.

Tanto é que a capa, considerada icônica por muitos, me soa bastante cliché. Não, eu encomendaria para o trabalho nada menos que Hyeronimus Bosch. Por sorte ele nos legou sua “versão” (com desconfiadas aspas) definitiva do inferno em seu Jardim das Delícias Terrenas.

Black Sabbath: o álbum de estreia auto-intitulado

Imagem da casa usada na capa do álbum. 

Ozzy Osborne ora soa como Judas, servindo de aperitivo pro tinhoso, eternamente mastigado da cintura pra baixo no nono círculo do inferno.

Ora soa como o próprio Dante Alighieri, alertando-nos contra nós mesmos, e nisso as pequenas suítes com mudanças de andamento nos remetem às passagens pelos nove círculos. Ás vezes soa ainda como o próprio Satã, com sua risada congelante.

[the_ad id=”36920″]

Muito se discute sobre a paternidade do Heavy Metal, principalmente quando o assunto é Black Sabbath.

É claro que o ritmo estava no ar, esperando a conjunção perfeita de fatores. Era possível senti-lo aqui e ali. Eu cito a guitarra em espiral de George Harrison ao final de “I Want You (She´s So Heavy)“, em “Abbey Road“, como um belíssimo indício.

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=MiY2JsGXrtM&w=600&h=360]

Mas também é claro que esse tipo de discussão somente surge quando alguma banda concebe a fórmula definitiva do ritmo, e no caso do Sabbath, chega ao ponto de esgotar o assunto, fazendo com que 99,9% (666 de ponta cabeça) das tentativas de segui-los soe miseravelmente afetado.

Black Sabbath: o álbum de estreia auto-intitulado

Tracklist:

1. “Black Sabbath
2. “The Wizard
3. “Behind the Wall of Sleep
4. “N.I.B.”
5. “Evil Woman
6. “Sleeping Village
7. “Warning

A Banda:

Tony Iommi – guitarra
Geezer Butler – baixo
Ozzy Osbourne – vocais, gaita
Bill Ward – bateria

PUBLICIDADE

Assuntos
Compartilhe

Comentários...

Deixe uma resposta

Veja também...

PUBLICIDADE