Músico tinha 82 anos de idade.
Mick Abrahams, guitarrista original do Jethro Tull e fundador do Blodwyn Pig, morreu em 19 de dezembro de 2025, aos 82 anos. Até o momento, não foram divulgados detalhes oficiais sobre a causa da morte.
A notícia repercutiu entre músicos e fãs. Martin Barre, que assumiu a guitarra no Jethro Tull após a saída de Abrahams, publicou uma homenagem nas redes sociais. Em tradução para o português, Barre escreveu:
“Meu amigo e mentor Mick Abrahams se foi. Ele foi tão gentil comigo, e isso eu nunca vou esquecer. Que guitarrista magnífico, que nos deu tanto. Descanse em paz.”
Passagem pelo Jethro Tull e o álbum “This Was”
Nascido em 7 de abril de 1943, em Luton, na Inglaterra, Abrahams integrou a formação inicial do Jethro Tull entre 1967 e 1968. Ele participou do álbum de estreia da banda, “This Was”, lançado em 1968, em uma fase marcada por forte base blues e aproximações com o jazz.
A passagem pelo grupo foi breve. A saída ocorreu ainda em 1968, em meio a divergências sobre os rumos musicais do Jethro Tull. Em retrospecto, o contraste ficou claro: Abrahams tinha raízes no blues, enquanto Ian Anderson buscava ampliar o vocabulário do grupo em direção ao rock progressivo. Registros jornalísticos apontam que Abrahams contribuiu para a composição de três faixas do disco.
Blodwyn Pig e a carreira após 1968
Após deixar o Jethro Tull, Abrahams formou o Blodwyn Pig, banda que uniu blues-rock e elementos de sopros, e lançou os álbuns “Ahead Rings Out” (1969) e “Getting to This” (1970). Esses trabalhos se consolidaram como a principal vitrine de Abrahams como guitarrista e compositor fora do Jethro Tull.
Ao longo das décadas seguintes, ele manteve atividade entre projetos próprios, reuniões pontuais e lançamentos em diferentes formações. Também desenvolveu carreira solo, com discos lançados a partir do início dos anos 1970. Seu álbum final sob nome próprio, “Revived!”, saiu em 2015 e contou com participações, incluindo Martin Barre.
Estilo e visão artística
Abrahams ficou associado a uma abordagem de guitarra ancorada no blues, com variações que dialogavam com country e jazz. Em entrevista à revista Prog, o músico descreveu sua visão estética. Em tradução para o português, afirmou: “Desde o começo do Blodwyn Pig, eu tinha uma visão do que queria. Sempre me vi como um músico de blues, com um pouco de country e jazz.”
Em outra declaração lembrada pela imprensa internacional, ele disse:
“A gente se sustentava em qualquer companhia. Não importava tocar no mesmo cartaz que Crimson ou Zeppelin. Nada nos abalava.”
Na história do Jethro Tull, sua contribuição é frequentemente tratada como fundacional, por registrar em estúdio a primeira identidade do grupo.
Saúde e últimos anos
Com o passar do tempo, problemas de saúde impactaram a rotina do músico. Em entrevista citada pela imprensa, Abrahams relatou ter sofrido dois infartos e um AVC em novembro de 2009, o que afetou sua mobilidade e sua capacidade de tocar. Registros ligados ao Jethro Tull indicam que ele se afastou das apresentações ao vivo após o AVC e passou a viver com a família em Luton.
Mesmo com limitações, seu nome permaneceu associado a uma linhagem específica do rock britânico, que conectou o blues elétrico dos anos 1960 às ramificações progressivas dos anos 1970.








